A Editora Valentina preparou uma entrevista super legal com a autora do urban fantasy Garota Tempestade. Eu adorei o livro e comentei sobre ele na resenha aqui.
Confira a entrevista que foi feita com perguntas dos fãs!
PERGUNTAS FEITAS PELOS BLOGS PARCEIROS DA EDITORA VALENTINA
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Gabrielle
Alves, do blog Livros e Citações (http://www.livrosecitacoes.com)
– O que te
inspirou para fazer personagens tão diferentes, não só fisicamente, mas com
personalidades tão exuberantes e doidinhas?
Nicole Peeler:
Sempre fui atraída por pessoas com muita personalidade, que enxergam o mundo
meio diferente. Então usei as características dos meus amigos para criar os personagens
do mundo da Jane. Tenho sorte de conhecer muitas pessoas brilhantes e doidas ao
mesmo tempo. J
·
Camila
Palmeira, do blog Daily of books (http://dailyofbooks.blogspot.com.br/)
- Dos personagens masculinos que você criou, qual o seu favorito?
Algum deles foi inspirado em algum homem “real”?
NP:
Eu fiquei muito surpresa em ver como as pessoas gostaram do Gus, o espírito de
pedra. Ele está virando um Cult e já tem muitas fãs. Mas o meu favorito para
escrever é o Ryu. Ele é um pegador, divertidíssimo. E eu definitivamente já
namorei mais que alguns Ryus na minha vida.
·
Fernanda
Cagno, do blog Brilho das Estrelas (http://brihodasestrelas.blogspot.com.br)
– O que te fez querer ser uma escritora?
NP:
Eu fui inspirada pela Sookie Stackhouse, escrita pela Charlaine Harris. Li no
avião e pensei “Posso fazer isso.” Quando voltei para casa, criei a Jane. Foi
bem louco. Seis meses depois eu já tinha um agente, e logo após tínhamos vendido nosso primeiro livro.
·
Luciana
Zuanon, do blog Apaixonada por Romances
(http://www.apaixonadaporromances.com.br/)
- Que outros projetos você está trabalhando e que gostaria de nos
contar?
NP:
Estou trabalhando em dois novos projetos. O primeiro é uma fantasia, mas é mais
uma história alternativa que urban fantasy. E o outro é um mistério paranormal.
Em breve teremos novos anúncios, se tudo der certo.
·
Luisa Garrozi, do blog Fome de Livros
(http://blog.fomedelivros.com.br/)
– Quais autores
você admira e por quê? E quanta pesquisa teve que fazer para criar um mundo tão
diferente? Quais fontes você usou?
NP: Eu admiro muitos autores. Nesse
momento, minha heroína é Elizabeth Peters, que também escreve como Barbara
Michaels. Ela é uma egiptóloga que escreve
mistérios e romances góticos. Eu amo os livros dela. Quanto à pesquisa, eu fiz
um monte, mas foi tão divertido descobrir sobre essas criaturas que não foi um
trabalho chato. Para encontrá-las usei muito a internet, mas também tenho
alguns livros que são enciclopédias de seres mitológicos – foram bastante
úteis.
·
Danilo
Barbosa, do blog Literatura de Cabeça (http://literaturadecabeca.com.br)
- O que você
acha que leva o leitor a gostar de fantasia? Acha que este gênero é um modismo
ou algo que perdurará?
NP:
Eu acho que sempre existiu. Pense sobre Drácula, Frankenstein e Viagens de
Guilliver. Ainda cito a mitologia que existe dentro da história humana. Nós
sempre gostamos de elementos fantásticos na ficção e acho que sempre
gostaremos.
· Andréia
Bittencourt, do blog Mon Petit Poison (http://www.monpetitpoison.com)
- Geralmente vemos a protagonista ter entre 16 a
20 anos, por que subir a idade da protagonista para 26? Queria fugir
desse estereótipo ou tinha algo (ou vai ter) que impediria de ser
contado se fosse mais nova?
NP:
Eu queria que a Jane tivesse idade suficiente para que suas decisões fossem
importantes, mas ao mesmo tempo em que ainda fosse jovem o bastante para ser
inocente. Também queria que a infância traumática fosse relativamente recente,
mas que já tivesse amadurecido a ponto de conviver bem com o passado.
· Larissa Zorzo,
do blog Another Words (http://anothersimplewords.blogspot.com)
- Achei o livro genial, e Jane True me encantou! Assim como ela,
você adora nadar no mar? E qual a sua relação com a água?
NP:
Eu amo nadar no oceano, apesar de ter crescido nadando em piscinas, já que
nasci em Illinois. Meu sonho é algum dia viver perto do oceano de novo. Eu
visitei Eastport, no Maine, e achei
absolutamente fantástico.
·
Juliana
Pâmela Giacobelli, do blog Praticamente Inofensivo (http://www.praticamenteinofensivo.com.br)
- Você tem algum ser mitológico preferido? E podemos esperar ainda
mais seres sobrenaturais que ainda não conhecemos para as seqüências?
NP:
Tem um monte de criaturas sobrenaturais em todos os livros e tentei colocar
alguns extras a cada volume da série. E amo todos eles, mas os selkies têm um
espaço especial no meu coração, por muitas razões.
· Rosana Gutierrez, do blog Livrólogos
(http://livrologos.com.br)
– Como é o seu processo criativo? Você tem
alguma metodologia? Prefere escrever ouvindo música, por exemplo? Ou você deve
parar tudo e só escrever?
NP: Minha única metodologia real é que tenho um deadline, um prazo de entrega. Faço um
plano detalhado antes de escrever, mas tudo acaba sendo feito na adrenalina do
último minuto, já que meu dia é bem ocupado, sendo professora e autora.
– Você sempre quis ser uma
escritora? Os seus pais e familiares apoiaram sua decisão?
NP: Eu sempre amei ler, então sonhava em ser uma escritora... Mas
eu também sonhei em ser um piloto de avião e uma arqueóloga. Então ainda estou
surpresa que acabei onde estou, para ser honesta. E minha família sempre me
apoiou. Ajuda, também, que eu tenho um emprego de professora. É duro ganhar a
vida atualmente sendo autor.
·
Irene
Moreira, do blog Saleta de Leitura (http://saletadeleitura.blogspot.com)
- A Jane é uma personagem sexualmente liberada e sem preconceitos,
sou apaixonada por esse jeitinho dela e acho importante que haja personagens
assim na literatura, acho-os necessários para construir um mundo menos
preconceituoso. Mas aqui no Brasil, por exemplo, existem muitas pessoas
preconceituosas que criticam a homoafetividade, sexo fora do casamento e sem
intenção de reproduzir, por exemplo. Você já foi hostilizada ou sofreu alguma
crítica por parte dessas pessoas, por ter construído uma personagem tão livre?
NP:
Eu sempre levei a vida a mil e fui aberta quanto a valores. Por sorte, nunca
sofri com isso. Sou privilegiada, pois tenho ensino superior, venho da classe
média, sou branca e etc. Isso significa que consigo me defender. Além disso, as
pessoas já me respeitam mais por causa de onde nasci e como fui criada. Então
eu tento usar esses privilégios para falar por aqueles cujas vozes estão
reprimidas. Acho que os livros da Jane são um pouco políticos, até porque não
falam da luta de ser uma pessoa diferente, mas do prazer. Mostram que existe uma
forma diferente de viver, fora dos padrões, digamos, caretas. Obrigada pela
ótima pergunta.
·
Thaís
Cavalcante, do blog Pronome Interrogativo (http://www.pronomeinterrogativo.com)
– Porque você
escolheu o Old Sow como ponto de partida?
NP: O Old Sow é o motivo que todo
autor deve pesquisar. Eu queria que a Jane nadasse perto de alguma coisa
realmente perigosa, porque ela tinha que perceber que sua natação não era
“normal”. Então eu comecei a pesquisar sobre o oceano perto do Maine e
encontrei o Old Sow. É real, mas não poderia ser mais esquisito se fosse
inventado. Um vórtice mortífero, no meio do oceano, nomeado em homenagem a um
porco? Sério? Eu amei a ideia e usei. E praticamente se tornou um personagem na
história.
·
Kel Costa,
do blog It Cultura (http://www.itcultura.com.br)
– A Jane vai
encontrar a mãe? E como isso vai mudar a relação com o seu pai?
NP: Oooooh, isso
é spoiler! Terá que esperar até o livro 3 para descobrir. É a vida!
PERGUNTAS DA EDITORA E ENVIADA POR LEITORES ATRAVÉS DAS REDES SOCIAIS
– Qual atriz você gostaria
de ver interpretando Jane no cinema?
NP:
Eu acho que a Emma Stone faria uma ótima Jane. Ela tem aquele jeito sexy e
engraçado, que a torna perfeita para o papel.
– Você usa um monte de referências pop. Quais são seus programas de
TV favoritos, desenho, filme, música e revista?
NP:
Eu só FALO do mundo pop. A verdade é que sei muito pouco de cultura pop. Nunca
vejo TV, e raramente vejo um filme. Escuto muita música, mas a maioria é meio
alternativa. A única revista que leio, se é que pode chamar de revista, é a New
York Review of Books. As referências eu acabo pegando com meus alunos. Não
me exponho muito à cultura pop porque senão ficaria viciada.
– Jane True é seu primeiro
livro publicado no Brasil. O que você sabe sobre o nosso país? Você planeja ou gostaria
de vir nos visitar?
NP:
Eu adoraria visita-los, mas admito que conheço muito pouco sobre o Brasil. Definitivamente
amaria visitá-los. Já escutei que é maravilhoso e eu AMO viajar. Então me
chamem quando quiserem!
– É muito comum na
literatura moderna personagens que possuem poderes sobrenaturais ou podem mudar
de forma, mas normalmente se usa animais como pássaros ou lobos, algumas vezes
até morcegos. De onde veio a ideia de usar uma foca? Porque a foca? Que poder
uma foca poderia ter para fazer a Jane ser tão forte?
NP:
Eu tive uma aula de mitologia Céltica quando estava no ensino médio e me
apaixonei pelos selkies. Eles são trágicos e bonitos, além de uma ótima
metáfora para a mulher jovem que se sente presa entre dois mundos, o que é mais
ou menos o que a Jane sempre foi. Quanto à força, eu queria escrever o oposto à
heroína fodona. Eu acho muito fácil ser corajoso quando se tem anos de
treinamento e máquinas poderosas à sua disposição. Mas ser corajoso quando se é
vulnerável? Isso é a verdadeira coragem, e as mulheres mostram esse tipo de
resiliência todos os dias. Eu queria recompensá-las por isso.
– Anyan e Jane serão mais que amigos? E a rivalidade entre Ryu e
Anyan tem alguma coisa a ver com uma mulher no passado? Se sim, ela vai
aparecer algum dia?
NP:
Ooooh, isso são spoilers! Vocês descobrirão mais nos próximos livros, prometo! J
– Atualmente no Brasil temos muitos novos autores escrevendo
fantasia. Você conhece algum? Tem algum conselho para aqueles que estão
tentando escrever?
NP:
Meu maior conselho é: ESCREVA! Não se preocupe se é ruim, simplesmente escreva.
Quando você tiver muitas páginas, aí você pode voltar e consertá-las, fazê-las
melhor. Mas você não pode melhorar alguma coisa que não está no papel. Então
escreva, escreva e escreva!
– Por que o Complexo está localizado no Canadá? É uma piada? Não
poderia ser em outro lugar?
NP:
Sempre achei engraçado como tudo acontece nos EUA, tanto nos livros como nos
filmes. Alienígenas sempre invadem os EUA, vampiros sempre tentam dominar o
mundo começando por Manhattan. Então eu tentei fazer coisas importantes
acontecerem em outros lugares. Além disso, meus seres sobrenaturais não têm as mesmas
fronteiras que os humanos, então eu criei o Complexo no Canadá. E Jane ama poutine*,
então deu tudo certo.
*Comida
típica canadense